segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Despertar
As paredes permanecem manchadas e as cortinas do meu quarto fechadas. A luz ultrapassa todos os limites e ainda assim não consegue emitir seus raios. Dentro de mim, nada além da saudade, saudade de algo que nunca tive, que nunca foi meu. Porque coisas como essas, ninguém nunca desfaz em batalhas de olhares que jamais funcionarão, em poemas e canções, em palavras e emoções. Nada além de sonhos estancados bruscamente pela realidade e perdidos no mais profundo oceano que minhas lágrimas foram capazes de formar. Não há vida, não há nada quando se trata de encarar os fatos como são. Meu abrir de olhos é a minha janela diária para a grande tempestade que habita o espaço. Já não há empolgação, histórias, risadas e desejos. Atualmente, nada passa de uma simples lembrança em brasa retirada da sua lareira, esfriando aos poucos, apagando-se vagarosamente. Batimentos perdidos ainda são presentes automaticamente, mas nada faz sentido, nem mesmo isso. As recordações dos dias em que lutei até o fim, ultrapassando mil barreiras por ti e por mim. E na redenção por tantos golpes, hoje tenho entregue as minhas armas. A ti, meu amor, meu ar, meu escudo e minha espada.
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