segunda-feira, 27 de setembro de 2010

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E chegou um dia que você me contou sobre suas escolhas, e eu jurei apoiar-lhe em todas elas. Me contou seus sonhos e eu os ouvi atentamente, desejando ser capaz de tornar todos reais. E nas noites sozinha, senti as melhores sensações junto ao meu travesseiro, tendo a certeza de que a distância nunca seria um problema. Ouvi seus medos e lutei por eles, pois toda dor que você sentia se tornava maior ainda dentro de mim. E quando vi que as correntes te prendiam, quis com todas as minhas forças ser capaz de liberta-lo, mas você já não me dava ouvidos. Os dias se passaram e sua ausência foi se estabelecendo aos poucos, em cada momento. Na pista de skate que estava sempre vazia, nas ruas lotadas tão desertas aos meus olhos, na loja ao lado do super mercado, nos celulares sempre indisponíveis. Semanas se seguiram e de uma hora para outra você estava sempre ocupado. Suas lágrimas se tornavam a única certeza de que permanecíamos unidos, e essa certeza me matava a cada momento. O desespero em seus olhos se tornou a chave da minha derrota, e eu prometi lutar até o fim para te salvar, mas você não queria ser salvo. Algo não estava certo, mas você se recusava a conversar sobre isso. De repente, nada mais parecia querer ficar no lugar, os ponteiros do relógio congelavam-se e meus batimentos não correspondiam mais aos seus. Depois de anos para mantê-lo à salvo, bastaram minutos para tirar você de mim.. Você poderia fechar seus olhos e dançar comigo, todas as estrelas estavam preparadas pra brilhar por nós. Deveria se agarrar à esse mistério, queimando profundamente dentro de mim. Lado a lado com uma história que nós estamos construindo a cada segundo, hoje cultivo as poucas lembranças que me restam dos seus últimos suspiros e o desejo de abandonar não só a mim, mas também a vida. E chegou um dia que você me contou sobre suas escolhas, e eu jurei apoiar-lhe em todas elas.

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