domingo, 23 de outubro de 2011


“Reencontro”
Eu: Olha quem eu encontro por aqui. Eduardo, tudo bem cara?

Ele: Eai, tudo indo e com você? Sumiu.

Eu: Pois é, muito trabalho. Mas porque essa cara triste? Aposto que é mulher.
— Eduardo sorriu de lado, um pouco desanimador.

Eu: Sabia, me conta dela.

Ele: É uma garota que conheci a um ano atrás. Ela fazia uma matéria no meu curso, fiquei a observando durante um mês. Mas ela sempre chegava no meio da aula e saia antes de acabar. Então era um pouco complicado aproximar. Mas um dia quando ela estava saindo, antes dela fechar a porta ela sorriu pra mim. Não pensei duas vezes, juntei meu material e fui atrás, mas não a encontrei. Na outra semana tinha um aviso que não haveria aula, e pra piorar era a ultima aula daquela matéria. E logo pensei “lá se foi minha oportunidade de vê-la pela ultima vez”. Mas então fiquei esperando na porta da sala até ela aparecer, mas nada. Então fui para biblioteca procurar alguns livros. E do nada comecei a ouvir risadas no corredor de trás. Fiquei curioso e tirei alguns livros da frente para ver se eu enxergava o outro lado, mas como sou desastrado acabei derrubando vários. Comecei a recolher até que escutei uma voz perguntando se eu queria ajuda. Fiquei sem graça e nem olhei, mas quando me viro tomo um grande susto, era ela.  Ficou rindo da minha cara e me ajudou com os livros. Ela era linda, um pouco diferente no modo de vestir e com uma bolsa engraçada. Nós conhecemos, comemos algo na faculdade mesmo e rimos do jeito esquisito do professor. Ela me chamou pra uma festa que ia ter logo à noite, anotou o endereço em um papel e disse “até mais”. Eu fiquei igual um bobo vendo ela indo embora e nem me dei conta que eu só tinha o local da festa e mais nenhum outro contato.

Eu: E não vem me dizer que você não foi à festa?

Ele: Claro que fui. Coloquei minha melhor roupa e fui (rsrs). Quando eu cheguei lá fiquei um pouco perdido, mas ela me encontrou. Estava mais linda do que nunca, com um vestido e uma delicada flor no cabelo. Me puxou e me apresentou para alguns amigos, me colocou em um jogo de virar tequila e depois me puxou para dançar. Ela conversava com todo mundo que via na frente, muito elétrica e eu tentando acompanhar (risadas). Eu me aparentava já um pouco cansado e ela ria, falava que eu era fraquinho. Comecei a observar enquanto ela falava, ela mexia as mãos e se expressava bem, e ria sempre ao final. Ela me perguntou se eu estava gostando da festa dela, fiquei sem jeito, logo pensei que aquela festa podia ser o seu aniversario. E quando eu fui perguntar ela me calou com um beijo e me puxou para fora da festa. Perguntou onde estava meu carro, falou que queria sair por ai, ver o mar. Disse tudo bem e se teria problema da gente abandonar a festa dela. Ela sorriu e disse que eu estava demorando.
No carro ela ligava o som no maximo e cantava junto, colocava a cabeça para fora e mexia com quem passava na rua. Eu ria e ela falava que alguém tinha que levantar a auto estima deles. E quando parávamos no sinal, ela beijava a minha boca e mordia meus lábios até o carro de trás avisar que o sinal estava aberto. Ela sabia de uma praia que estava tento um luau, chegando lá todos paravam para observar, ela é aquele tipo garota que todos os caras desejavam ter ao lado, mas ela segurava a minha mão, puxava e me dava um beijo. Conversamos sobre tudo, escutamos algumas musicas e depois fomos andar perto do mar, brincamos até cansar e deitar por ali mesmo. Foi a melhor noite da minha vida, nos amamos e restante da noite ali perto do mar e depois ficamos conversando até pegar no sono. Mas quando acordei ela não estava ali do meu lado.

Eu: Como assim? Ela foi embora sem avisar?

Ele: É, quando a não a vi ali, levantei rápido, entrei no carro e fui para festa. Quando cheguei lá tinha algumas pessoas ainda. Perguntei se sabiam dela, onde eu podia a encontrar. Mas riram e falaram que ela já devia está nas alturas. Com isso me dei conta que aquela era uma festa de despedida. A amiga dela disse que o avião saia as 8:40 e era 8:10, que se eu corresse eu poderia dar um tchau. Não pensei duas vezes e sai correndo, o aeroporto era uns 15 minutos dali, então estava confiante que ainda poderia vê-la. No caminho eu me sentia desesperado e vazio, como se eu tivesse a ponto de perder a mulher da minha vida. Chegando lá deixei o carro na porta e sai correndo sem olhar para trás. Perguntei se já tinha feito o embarque para a Inglaterra, a moça disse que o vôo estava previsto a se atrasar e que era no portão 2. Me enchi de expectativas e fui até lá. Mas já estavam entrando no avião, tentei passar, mas não deixaram, então tentei observar se conseguia vê-la pela ultima vez de longe. E ela estava lá, entregou a passagem e eu comecei a gritar o seu nome, e antes dela entrar no corredor ela olhou para o lado e me viu. Sorriu como se não acreditasse que estava ali, mas logo foi se entretecendo e sorrindo menos até dar um tchau e ir. Fui ao maximo da minha felicidade até perder meu chão. E ela se foi, a mulher mais incrível que conheci na minha vida. E …

Eu: Sinto muito Edu. É difícil encontrar alguém assim e ver indo embora.
— Do nada Edu olhou em minha direção, mas não nos meus olhos e começou a sorrir.

Eu: Mas isso faz um ano, e você sente esse amor dentro de você ainda?
— Fiquei um pouco sem graça e olhei para trás para ver o que deixou ele com os olhos brilhando do nada. Era uma garota sorrindo e vindo em nossa direção.
Eu: Mas espera ai. É ela Edu? Pensei que …

Ele: É ela sim. — Me interrompeu. — Ela voltou depois de seis meses. Nós encontramos e depois de um tempo resolvemos morar juntos. Nosso casamento é daqui três meses.

Eu: Cara que incrível. Fico feliz por você. Mas porque estava tão pra baixo aqui sentado? Parecia que estava até morrendo de tristeza.

Ele: Sim, sim. Morrendo, mas de saudade dela.

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