sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Desvaneioo na madruga


Passei a semana remoendo uma mesma frase:
"É triste que as pessoas se percam no caminho". É que só essa semana três ou quatro pessoas ficaram pra tras e, apesar de achar isso tristíssimo, não fiz nada pra que tal fato não acontecesse. É que ando cansada das lutas. E acostumei com pessoas indo embora. Acho que se pudesse, até eu iria embora de mim agora. Cansativo, né? Mas tem sido sempre assim. Essa montanha russa intensa entre ser demais ou não ser nada. Uma hora a gente surta, não tem jeito. E nesse vai e vem de sentimentos, a única certeza é que todas as certezas estão abaladas. Já não olho pra mais ninguém com a certeza do pra sempre. Acho chato que seja assim. Queria ainda conseguir ter aquela sensação patética de que alguém vai conseguir sim me amar do jeito que sou e nunca cansar de mim. Mas percebe o quanto isso soa poxa? Entende o que eu tô falando? Volta e meia eu mesma me pego cansada da pessoa que vejo no espelho. Como posso querer que outro humano nunca se canse? Tô querendo me apaixonar pelo Super Homem... Deve ser! Um cara que usa a cueca por cima da calça. Talvez seja a solução. É disso que eu tô reclamando. Dessa coisa de fazer piada ruim e não ter ninguém pra dar risada comigo. Da falta de risadas. E desse bando de gente indo embora. A gente aprende a ser inteiro, mas ai o destino vem e nos arranca muitos pedaços. Alguns ainda tentam voltar pro lugar, mas então já ficou tarde.
Não me reconheço agora. Tenho tentado muito ser outra pessoa e acho que ela tomou conta de todo meu corpo. No fundo, falo baixinho pra garotinha romantica que um dia ela encontra alguém e volta. Na superfície, digo que cansei de ser o que era. Cansei nada. Só machuquei demais. Sangrou demais esse tempo todo sendo ela. Mas a verdade é que não gosto de sombra preta e saia curta. Amanhã, talvez, eu me arrependa de dizer isso, mas a grande verdade é essa. A gente aprende a mascarar as verdades também. Quem me vê nem diz que doeu tanto. E que todo dia, antes de dormir, eu ainda permito que doa por cinco minutos. Um ritual que me rende sonhos duros. Olheiras roxas. E mil quilos de frustração.
E então, essa semana teve tanta gente indo que eu não aguentei e passei um dia inteiro sentindo dor. Foi assim hoje. Doendo por mim, pelas pessoas que se foram, pela menina que enfiei escondida no fundo na alma e por todo o resto. Porque a vida nos ensina muita coisa, mas ensina também que ser humilde e reconhecer a derrota já é um belo recomeço. Recomeço agora, com cinco ou seis pessoas a menos. Cinco ou seis pedaços de quem eu era perdidos pelo mundo. É triste que as pessoas se percam no caminho... Mas é tão pior se ficarmos implorando pra que elas fiquem.

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